sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Oficinas 3 e 4 da TP2

Exposição de artesanato das escolas Municipais



" Haverá muito o que mudar, antes que o ensino de Português possa ser o que deve - um processo no qual o professor e os alunos entre sí, se enriquecem reciprocamente, compartilhando sua experiência vivida de língua(...). Mas a mudança virá daqueles que vivem o ensino, não daqueles que especulam sobre ele.De dentro."

Ilari(1985)



No dia 28/11/2009 realizamos as oficinas 3 e 4, referentes as unidades 5,6,7 e 8 da TP2.

Iniciamos a oficina 3, que trata da gramática e seus vários sentidos ,bem como a frase e sua organização, com o slide "O gigolô das palavras", de Luiz fernando Veríssimo onde refletimos sobre o ensino da gramática em nossas escolas.

Através das discussões pude perceber a grande dificuldade dos cursistas em trabalhar a gramática de forma contextualizada, mas é esse o nosso desafio: Transformar a nossa prática com o objetivo de levar o nosso aluno a questionar e interferir na realidade.

Na verdade a gramática tradicional tem sido privilegiada e enfocada sempre como uma obra acabada, sem consideração para o que tenha representado em termos de esforço de pensamento. as aulas de Língua Portuguesa tem sido sinônimo de aula de gramática. É muito comum escutarmos de um aluno que não gosta de Português,quando na verdade eles querem dizer que não gostam do modo como lhes é passado o conteúdo da matéria; quase sempre através de regras, exercícios descontextualizados de uma estrutura que ele só vê nos livros, nunca no dia-a-dia. Como não não gostar da " língua" que ele fala cotidianamente, com qual se comunica , lê e pensa?

Após uma longa discussão ouvimos e analisamos a letra da música "Estudo Errado" de Gabriel Pensador.Muitos dos cursistas relataram se viram ora como alunos(tendo que decorar),ora como professores(cobrando a decoreba dos alunos) e chegamos a conclusão que uma boa aula de gramática será aquela em que o sujeito não se torna objeto; em que nós não precisamos nos sujeitar aos bons conselhos e, também muitas vezes, aos caprichos da gramática para comunicar, com toda a riqueza expressiva do idioma, nossas idéias e sentimentos.Aquilo que o aluno sabe reflete a gramática internalizada; a comparação sem preconceito das formas possíveis de serem produzidas é tarefa da gramática descritiva; e a explicitação da aceitabilidade ou rejeição de tais formas, bem como o domínio da adequação de uso dessas formas na escrita é tarefa da gramática normativa.

Em seguida iniciamos os relatos das atividades aplicadas pelos cursistas.Muitos deles relataram que, devido o período de avaliação e recuperação, não tiveram tempo de aplicar nenhum avançando, porém trabalharam algumas atividades da AAA2.Três dos cursistas aplicaram o avançando da página 56 que propunha a produção de textos a partir de imagens.Utilizaram-se de imagens antigas de nossa cidade, onde os alunos puderam comparar e produzir textos, predominantemente, descritivos.Onde puderam perceber as possibilidades de trabalho em análise linguística dentro de textos produzidos pelos alunos.

Finalizamos a oficina 3 com o slide "Aprendi com minha mãe", onde nos divertimos bastante, pois a cada apresentação, nos víamos ali, como atores principais daquelas situações.Fizemos uma breve discussão da forma como a escola, mesmo diante de tal situação, ainda considera que a criança chega até a sala de aula como um papel em branco.Descartando e substimando o que a vida em sociedade a ensina.


"A língua... é uma ponte que te permite atravessar com segurança de um lugar para outro."
Arnold Wesker


Iniciamos a oficina 4, que trata da arte suas formas e função, bem como a análise literária, com o slide "Trem das cores" de Caetano Veloso, onde refletimos como a arte está tão presente em nosso cotidiano que, muitas vezes, nem percebemos sua beleza e importância.Chegamos a concluir que o personagem é um passageiro de trem que observa e admira a vida utilizando-se de linguagem conotativa e elementos figurados para expor seus sentimentos.
Após esse momento os cursistas foram divididos em duplas para que refletissem sobre as formas de arte que tem contatos diários e nem se davam conta até o estudo desta unidade da TP.Posteriormente fizemos uma roda de conversa, onde cada dupla apresentou suas observações.
Foi uma discussão muito proveitosa onde pudemos perceber que o gosto e a sensibilidade de apreciar a arte variam de pessoa para pessoa, de região, de sociedade, de época. Assim, as manifestações artísticas trazem a marca do tempo, do lugar e dos artistas que a criaram, pois refletem esta variação no conceito de beleza e na função do objeto artístico. Onde, o artista pode se manifestar de diversas formas: pelo som, pela linguagem verbal, oral ou escrita, pela imagem visual ou pela linguagem corporal, ou ainda, pela mistura de várias linguagens.
Os cursistas trabalharam o avançando da p.118(poema Serão de Junho)com leitura, ilustração e escrita em turmas de 8º ano, pois segundo eles não conseguiriam trabalhar em turmas de 6º ano devido a maturidade.
Passamos a atividade de interpretação da charge de Quino, onde houveram interpretações bem diversas, porém, em todas, pude perceber que chegaram à mesma conclusão quanto relataram se tratar da desigualdade social em relação a patrão e empregado.Os bilhetes produzidos ficaram ótimos e bem irônicos.
Finalizamos nossa oficina com o slide "Figuras de Linguagem" de João Amálio Ribas, onde visualizamos diversificados trechos de músicas e identificamos aspectos semânticos, sintáticos e fonéticos utilizados pelos compositores.

Adriana Aurora Galvão Alencar

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